sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

paisagens tristes



As linhas férreas constituem no seu conjunto um património indelével na memória das populações. O estrondoso  impacto no desenvolvimento das cidades ,vilas e aldeias, o traçado engenhoso e mirífico  ao longo do espreguiçar dos rios, e no serpentar das serras, espraindo-se depois nas luxuriantes planícies das chegadas, o comboio  adquiriu  ao longo dos anos um estatuto nacional ímpar na nossa História. Rasgar  fragas, esventrar montes, vencer desníveis, alijar   a pedra foi tarefa hercúlea dos nossos  antepassados. Homenagear a sua   indómita vontade  de vencer  e de acreditar no progresso era simplesmente manter o seu património. Ingloriamente não somos dignos da sua herança. Desistimos, abandonamos , esquecemos, este magnífico património, em nome do desenvolvimento e da modernidade. Amargamente trocamos as linhas férreas pelas auto-estradas fabulosas e dispendiosas. Chegaremos mais rápido, mais depressa através do asfalto.Mas aonde?